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Senhor Jesus foi bastante claro ao afirmar que a boca fala do que está cheio o
coração (Mateus 12:34). Através de imagens, de fotos e de frases que são
postadas nas redes sociais, também podemos conhecer muito daquilo que as
pessoas carregam dentro de si. Um exemplo é a frase: “As muralhas que eu puder,
eu mesmo derrubo. Aquelas que não derem, Deus põe no chão para mim”.
Aparentemente, esta frase mostra alguém que confia em Deus nos momentos
difíceis, que crê que Ele estará ao seu lado lutando, quebrando as cadeias,
derrubando as barreiras. Naquilo em que a força humana não consegue intervir,
podemos estar seguros de que o poder de Deus sempre conseguirá. Deus não tenta:
Ele faz! Entretanto, não é bem essa a realidade do texto. O que o autor está
afirmando é que ele pode viver sem Deus na maior parte do tempo, que não
precisa da intervenção de Deus em todos os momentos de sua vida, mas apenas em
alguns. Ele afirma que tem poder para resolver aquelas coisas que considera
fáceis, que não precisam do agir de Deus. Em outras palavras: ele pode existir
sem Deus se na sua vida não tiver nenhuma barreira impossível de ser
transposta. Quando as muralhas surgem, ele age com a força do seu braço e do
seu intelecto, enfrenta, luta até conseguir derrubá-las. Somente em último
caso, quando vê que todos os seus esforços foram inúteis, é que ele decide
fazer uso do poder de Deus. Caso contrário, ele sempre agirá “sozinho”. Isso me
leva a perguntar: em que momento do nosso dia, desde o despertar até o
adormecer, não precisamos de Deus, do seu poder, da sua graça, da sua
misericórdia, da sua ajuda, do seu auxílio, da sua intervenção? Podemos
respirar sem o ar que Deus criou? Podemos caminhar sem os pés que Deus nos deu
e sem o chão que ele colocou para que pudéssemos andar sobre ele? Sem a
presença constante de Deus, a vida humana se resumiria a um inferno na terra.
Quem pode garantir que estará vivo amanhã ou daqui há um segundo sem a poderosa
mão de Deus para sustê-lo? Frases como essa denunciam a arrogância e a
prepotência humana de achar que não precisa de Deus. Denuncia, também, uma
ideia insuficiente de que Deus é o Deus do impossível. Isso é só parte da
verdade. Deus é o Deus do impossível e também do possível. Ele é Soberano sobre
todas as coisas, pessoas e circunstâncias. Não devemos buscar a Deus somente
quando tudo vai mal, mas da mesma forma quando tudo está bem. Não devemos
contar com a ajuda de Deus apenas para derrubar as barreiras, mas para existir
em meio a um campo florido com um rio de águas cristalinas. Precisamos de Deus
o tempo todo, sem parar. Não da sua “ajuda” simplesmente, mas da sua presença.
Deus não é um subterfúgio. Ele não é um amuleto. Deus não é uma opção, é
essencial.
Para meditar: João 15:5; Tiago
1:16-18; Lucas 18:27; Jó 42:1-6; Salmo 23.
Ação transformadora: Faça de Deus seu
único Deus.