“Não
se desiste de quem se ama” é uma bela frase, acima de tudo quando relacionada
ao amor de Deus pela humanidade. O amor de Deus por nós vem desde a criação do
mundo, quando criou seres que pudessem se relacionar com Ele e pudessem
experimentar do seu amor. Mesmo após a Queda, Deus continuou nos amando e nos
proveu um Salvador: Jesus Cristo. Ele é a expressão máxima da glória divina e
do seu infinito amor por nós (João 3:16; Romanos 5:8). Deus nos ama e jamais
desiste de buscar se reconciliar conosco (2 Pedro 3:9-11). Mas não devemos nos
enganar: o Dia do Grande Julgamento chegará e o mesmo amor que salva o pecador
lançará nas trevas aqueles que permaneceram irresolutos, descrentes, rebeldes a
Deus e à sua Palavra. De fato, Deus não desiste de nos amar, mas virá o dia em
que aqueles que resistem insistentemente ao seu amor, serão lançados no lago
que arde com fogo e enxofre. O amor de Deus não anda desacompanhado da sua
justiça e do seu juízo (Apocalipse 21:8). Outra leitura que podemos fazer desta
frase é do amor humano. Concordo plenamente que não devemos desistir jamais de
quem amamos, por maiores problemas que enfrentemos. Os pais não desistem do
filho drogado ou em estado terminal no hospital. O marido não desiste da esposa
nem a esposa do marido. Quando se ama, o amor tudo suporta, tudo supera. Mas
não desistir de quem se ama pode ter o seu lado negativo, psicopata. O marido
abandonado após um divórcio não desiste de amar a sua ex-esposa e a persegue,
podendo até mesmo matá-la. A mulher apaixonada leva a sua paixão até as últimas
consequências para conquistar o seu grande amor e morrer por ele, mesmo que ele
jamais a queira. Outra mulher vive uma relação conturbada, sendo brutalmente
espancada todos os dias, mas não desiste do seu amado. Morre de faca amando-o
até o fim. A isso dá-se o nome de “dependência afetiva”, o que é, segundo os
especialistas, uma doença que envolve a falta de amor próprio, insegurança e
baixa autoestima. Em suma, é preciso saber a hora certa de desistir de quem
amamos. Qualquer “amor” que nos machuque, que nos faça sofrer, que desintegre a
nossa individualidade e a nossa autoestima, que nos conduza a atitudes
extremadas e absurdas, é nocivo e deve ser esquecido. O amor é uma via de mão
dupla: amamos e somos amados. Deus nos ama mesmo sem o amarmos, mas nas nossas
relações afetivas, quando não existe amor de uma das partes, não existe
relacionamento, mas uma união doentia e prejudicial àquela parte que insiste em
continuar amando.
Para meditar: 1 Coríntios 13; 1
João 2:15; Hebreus 1:9; Colossenses 3:19.
Ação transformadora: Ame sempre da forma
correta.