terça-feira, 28 de junho de 2016

QUEM TEM PROMESSA NÃO MORRE!




Uma das frases mais equivocadas que li em uma postagem no Facebook foi: “Quem tem promessa não morre”. Logo me recordei da letra de uma canção: “Eu não morrerei enquanto Deus não cumprir em mim todos sonhos que Ele mesmo sonhou pra mim”. Por muitas vezes me consolei com essas palavras, entendendo que eu jamais iria morrer enquanto todos os planos de Deus para a minha vida não se cumprissem. Mas quais planos? Geralmente nós fazemos os planos, oramos pedindo que Deus os abençoe e consideramos que eles vieram de Deus para nós. Ou de repente, em um culto onde havia a presença de um “profeta”, foi profetizado algo sobre a nossa vida e passamos a viver em função disso, a aguardar a sua concretização. E acreditamos que, mesmo que passem cem anos, não morreremos enquanto a promessa não for cumprida. O texto que me vem à mente e que pode resumir a vida de muitos personagens importantes da Bíblia, naquilo que diz respeito à espera da concretização da promessa de Deus sobre a nossa vida, é o capítulo 11 de Hebreus. É inegável o plano maravilhoso que Deus tinha na vida daqueles homens e mulheres. Deus levou-os até onde desejava e operou neles e através deles aquilo que era a sua soberana vontade. Deus tinha um plano para Abraão: fazer dele uma grande nação. E fez. Tinha um plano para Moisés: usar a sua liderança para libertar o povo da escravidão do Egito. E libertou. As muralhas de Jericó ruíram segundo o propósito de Deus, Raabe preservou a sua vida. Tantos outros obtiveram promessas, todas obtidas por meio de muita tribulação e provação, fatores não considerados pelos crentes que hoje anseiam pela concretização das suas “promessas”. Mas o texto prossegue e afirma: “Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé, não obtiveram, contudo, a concretização da promessa” (v. 39). Neste ponto podemos perguntar espantados: como não? Então quer dizer que mesmo com seu bom testemunho, sua fé e todo o sofrimento que enfrentaram, eles não obtiveram a promessa? Até onde sabemos, Abraão foi pai de uma grande nação e Moisés libertou o povo do Egito. Como assim não obtiveram a promessa? O autor de Hebreus prossegue: “por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (v. 40). Para entendermos melhor ainda a questão, vamos retornar ao v. 13: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra”. Abraão saiu da sua terra e morreu sem enxergar a terra prometida, mas cria nas promessas de Deus. Mas o autor deixa bastante claro que, tanto Abraão quando todos os heróis da fé não aspiravam um espaço geográfico neste mundo, mas uma pátria superior, celestial. É o que lemos nos versículos 10 e 16. Então, que promessas temos esperado de Deus? Quê pátria anelamos? Se esperamos pela pátria celestial, sabemos que Jesus pode voltar a qualquer instante ou somente após a nossa morte. Se a nossa preocupação é com as bênçãos deste mundo, as riquezas que cremos que Deus nos prometeu (emprego, dinheiro, casamento, casa, carro, etc.), pode ser que elas cheguem antes de morrermos. Por outro lado, se queremos estar vivos para receber essas coisas, a concretização dessas “promessas”, pode significar que o nosso coração não está no Reino de Deus, na pátria celestial. Pode ser que não oramos clamando “Vem, Senhor Jesus”, porque não queremos morrer antes de obtermos aquilo que tanto almejamos. Onde está o seu coração? Leia Mateus 6:21. O que você tem buscado nesta terra? Leia Mateus 6:33. Qual o seu verdadeiro anseio? Leia Filipenses 1:21-23. É preciso recordar que não existe qualquer ensinamento bíblico que dê apoio à frase “Quem tem promessa não morre”. Todos nós temos uma promessa, tanto aqueles que creem em Cristo quanto aqueles que não creem

Para meditar: Hebreus 4:1; 9:15; 2 Pedro 3:13; Efésios 3:6; Gálatas 3:22; Atos 7:17; João 3:18.


Ação transformadora: Busque em primeiro lugar o Reino de Deus.

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