Uma
das frases mais equivocadas que li em uma postagem no Facebook foi: “Quem tem
promessa não morre”. Logo me recordei da letra de uma canção: “Eu não morrerei
enquanto Deus não cumprir em mim todos sonhos que Ele mesmo sonhou pra mim”.
Por muitas vezes me consolei com essas palavras, entendendo que eu jamais iria
morrer enquanto todos os planos de Deus para a minha vida não se cumprissem.
Mas quais planos? Geralmente nós fazemos os planos, oramos pedindo que Deus os
abençoe e consideramos que eles vieram de Deus para nós. Ou de repente, em um
culto onde havia a presença de um “profeta”, foi profetizado algo sobre a nossa
vida e passamos a viver em função disso, a aguardar a sua concretização. E
acreditamos que, mesmo que passem cem anos, não morreremos enquanto a promessa
não for cumprida. O texto que me vem à mente e que pode resumir a vida de
muitos personagens importantes da Bíblia, naquilo que diz respeito à espera da
concretização da promessa de Deus sobre a nossa vida, é o capítulo 11 de
Hebreus. É inegável o plano maravilhoso que Deus tinha na vida daqueles homens
e mulheres. Deus levou-os até onde desejava e operou neles e através deles
aquilo que era a sua soberana vontade. Deus tinha um plano para Abraão: fazer
dele uma grande nação. E fez. Tinha um plano para Moisés: usar a sua liderança
para libertar o povo da escravidão do Egito. E libertou. As muralhas de Jericó
ruíram segundo o propósito de Deus, Raabe preservou a sua vida. Tantos outros
obtiveram promessas, todas obtidas por meio de muita tribulação e provação,
fatores não considerados pelos crentes que hoje anseiam pela concretização das
suas “promessas”. Mas o texto prossegue e afirma: “Ora, todos estes que
obtiveram bom testemunho por sua fé, não obtiveram, contudo, a concretização da
promessa” (v. 39). Neste ponto podemos perguntar espantados: como não? Então quer
dizer que mesmo com seu bom testemunho, sua fé e todo o sofrimento que
enfrentaram, eles não obtiveram a promessa? Até onde sabemos, Abraão foi pai de
uma grande nação e Moisés libertou o povo do Egito. Como assim não obtiveram a
promessa? O autor de Hebreus prossegue: “por haver Deus provido coisa superior
a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (v. 40).
Para entendermos melhor ainda a questão, vamos retornar ao v. 13: “Todos estes
morreram na fé, sem ter obtido as promessas, vendo-as, porém, de longe, e
saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra”.
Abraão saiu da sua terra e morreu sem enxergar a terra prometida, mas cria nas
promessas de Deus. Mas o autor deixa bastante claro que, tanto Abraão quando
todos os heróis da fé não aspiravam um espaço geográfico neste mundo, mas uma
pátria superior, celestial. É o que lemos nos versículos 10 e 16. Então, que
promessas temos esperado de Deus? Quê pátria anelamos? Se esperamos pela pátria
celestial, sabemos que Jesus pode voltar a qualquer instante ou somente após a
nossa morte. Se a nossa preocupação é com as bênçãos deste mundo, as riquezas
que cremos que Deus nos prometeu (emprego, dinheiro, casamento, casa, carro,
etc.), pode ser que elas cheguem antes de morrermos. Por outro lado, se
queremos estar vivos para receber essas coisas, a concretização dessas
“promessas”, pode significar que o nosso coração não está no Reino de Deus, na
pátria celestial. Pode ser que não oramos clamando “Vem, Senhor Jesus”, porque
não queremos morrer antes de obtermos aquilo que tanto almejamos. Onde está o
seu coração? Leia Mateus 6:21. O que você tem buscado nesta terra? Leia Mateus
6:33. Qual o seu verdadeiro anseio? Leia Filipenses 1:21-23. É preciso recordar
que não existe qualquer ensinamento bíblico que dê apoio à frase “Quem tem
promessa não morre”. Todos nós temos uma promessa, tanto aqueles que creem em
Cristo quanto aqueles que não creem
Para meditar: Hebreus 4:1; 9:15; 2
Pedro 3:13; Efésios 3:6; Gálatas 3:22; Atos 7:17; João 3:18.
Ação transformadora: Busque em primeiro
lugar o Reino de Deus.
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