“Vai
atrás do que te faz feliz, não importa o que os outros vão dizer. O importante
é o seu sorriso, o importante é você estar bem. Em primeiro lugar, se ame!”.
Outra bela frase de autoajuda, daquelas que nos animam e nos colocam num lugar
privilegiado: antes e acima de todas as outras pessoas. Esse pensamento egoísta
e individualista faz muito sentido em um mundo cheio de pecado, onde o amor
resume-se na satisfação hedonista das próprias necessidades e ambições. Um
mundo dominado pelo capitalismo predatório, pela competitividade mesquinha,
pela ganância por bens materiais. Não importa a opinião de ninguém, o
importante é ir à busca da própria felicidade. Mas e se essa felicidade
significar prejuízo para as demais pessoas? E se para eu ser feliz alguém precisar
sofrer, perder algo, ser infeliz? Então se o que me faz feliz é ter muitas
mulheres, usar drogas, adulterar, mentir, roubar, matar eu devo ir à busca
disso sem me importar com o que vão dizer? Como poderei sorrir e me sentir bem
ás custas da desgraça dos outros? Como não me importar com quem está ao meu
lado? Imagino que um filho deva fazer aquilo que achar melhor sem se importar
com o que seus pais dirão. Frases como essas desconstroem a vida humana, levam
as pessoas a uma busca insana por uma vida perfeita que não existe. Como já
afirmei, somos seres interdependentes. É preciso saber que aquilo que pensamos,
sentimos, somos e fazemos afetará de algum modo a vida das outras pessoas. É
preciso pensar nelas antes de qualquer decisão. Por falta dessa preocupação com
o bem-estar do próximo, com a felicidade do vizinho, com as implicações
negativas que as nossas atitudes podem ter na vida da nossa comunidade é que
existem as guerras, os conflitos, as separações, os assassinatos, o tráfico de
drogas. Trazendo essa frase para a realidade cristã focada na Revelação
bíblica, firmada em Cristo Jesus, ela destrói inúmeras verdades eternas. Jesus,
o próprio Deus encarnado, fez a sua própria vontade? Escrevendo aos crentes de
Filipos, o apóstolo Paulo exemplifica claramente como deve ser a atitude do
cristão na questão levantada pela frase que estamos estudando: “Portanto, se há
algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no
Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, Completai o meu gozo,
para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma
coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um
considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é
propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que
haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em
forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz” (Filipenses 2:1-8). Devemos amar a nós mesmos, mas é preciso amar
primeiramente a Deus. Amar a si mesmo não significa amar-se independente das
pessoas ou apesar delas. O mandamento não é este em Mateus 19:19. Amor próprio
não é egoísmo, não é autossuficiência. Impossível se amar sem se reconhecer
dependente do outro. Devemos estar certos de que nos amamos, mas se nosso amor
próprio não acontecer verticalmente (nós e Deus) e horizontalmente (nós e o
outro), não é amor, é egolatria.
Para meditar: Tiago 2:8; Gálatas
5:14; Romanos 13:9; Mateus 19:19; 2 Timóteo 3:2.
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