terça-feira, 28 de junho de 2016

VÁ ATRÁS DO QUE TE FAZ FELIZ




“Vai atrás do que te faz feliz, não importa o que os outros vão dizer. O importante é o seu sorriso, o importante é você estar bem. Em primeiro lugar, se ame!”. Outra bela frase de autoajuda, daquelas que nos animam e nos colocam num lugar privilegiado: antes e acima de todas as outras pessoas. Esse pensamento egoísta e individualista faz muito sentido em um mundo cheio de pecado, onde o amor resume-se na satisfação hedonista das próprias necessidades e ambições. Um mundo dominado pelo capitalismo predatório, pela competitividade mesquinha, pela ganância por bens materiais. Não importa a opinião de ninguém, o importante é ir à busca da própria felicidade. Mas e se essa felicidade significar prejuízo para as demais pessoas? E se para eu ser feliz alguém precisar sofrer, perder algo, ser infeliz? Então se o que me faz feliz é ter muitas mulheres, usar drogas, adulterar, mentir, roubar, matar eu devo ir à busca disso sem me importar com o que vão dizer? Como poderei sorrir e me sentir bem ás custas da desgraça dos outros? Como não me importar com quem está ao meu lado? Imagino que um filho deva fazer aquilo que achar melhor sem se importar com o que seus pais dirão. Frases como essas desconstroem a vida humana, levam as pessoas a uma busca insana por uma vida perfeita que não existe. Como já afirmei, somos seres interdependentes. É preciso saber que aquilo que pensamos, sentimos, somos e fazemos afetará de algum modo a vida das outras pessoas. É preciso pensar nelas antes de qualquer decisão. Por falta dessa preocupação com o bem-estar do próximo, com a felicidade do vizinho, com as implicações negativas que as nossas atitudes podem ter na vida da nossa comunidade é que existem as guerras, os conflitos, as separações, os assassinatos, o tráfico de drogas. Trazendo essa frase para a realidade cristã focada na Revelação bíblica, firmada em Cristo Jesus, ela destrói inúmeras verdades eternas. Jesus, o próprio Deus encarnado, fez a sua própria vontade? Escrevendo aos crentes de Filipos, o apóstolo Paulo exemplifica claramente como deve ser a atitude do cristão na questão levantada pela frase que estamos estudando: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:1-8). Devemos amar a nós mesmos, mas é preciso amar primeiramente a Deus. Amar a si mesmo não significa amar-se independente das pessoas ou apesar delas. O mandamento não é este em Mateus 19:19. Amor próprio não é egoísmo, não é autossuficiência. Impossível se amar sem se reconhecer dependente do outro. Devemos estar certos de que nos amamos, mas se nosso amor próprio não acontecer verticalmente (nós e Deus) e horizontalmente (nós e o outro), não é amor, é egolatria.

Para meditar: Tiago 2:8; Gálatas 5:14; Romanos 13:9; Mateus 19:19; 2 Timóteo 3:2.

Ação transformadora: Pratique a felicidade solidária.

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